Pra que complicar?

Pra que complicar?

Vejo no sofisticado e elaborado, um complemento, uma variação, mas não um determinante do “bom e necessário”.

Na busca pelo complexo, por vezes, acabamos perdendo o sabor, delicadeza e suavidade do simples.

Pratos incrementados podem ser agradáveis aos olhos e paladar, no entanto a familiaridade do arroz, feijão e bife com batata frita, também.

Na espera do descanso em praias paradisíacas, perdemos o admirar do por do sol em qualquer canto em que estejamos.

Chegamos a desejar até mesmo o inatingível, sem nos darmos conta e sentirmos gratidão por tantas pequenas conquistas.

No desejo de relacionamentos calorosos, nos descuidamos da companhia diária, parceira, que por vezes também se descuida dos encantos do querer.

Nem sempre o elaborado sorvete com nuances de sei lá do quê, nos agrada tanto o paladar, como o tradicional de chocolate ou creme.

Certamente não devemos nos acomodar. Precisamos sim, buscar sempre o melhor.

Porém aceitando e aproveitando o que nos é ou será possível.

Penso que a liberdade e a conquista não estão nas coisas complicadas, mas no simples que podemos ter ou alcançar.

Que a vida está no caminhar descalços pela areia da praia, sentindo a água do mar nos tocar enquanto o sol se põe.

Nos caminhantes que se exercitam, nos corredores que tentam superar seus limites.

Nas crianças que ainda brincam independente dos eletrônicos. Nos casais apaixonados que se abraçam.

Percebo que a alegria e o bem estar não estão distantes de nós, mas sim dentro de tudo o que alcança o nosso sentir.

A vida é cheia de cores, nuances e brilhos. E é a simplicidade do que nos toca que a torna especial.

Pra que complicar?

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