Saia do morno. Surpreenda-se!

De um modo geral o morno é chato, monótono, entediante, e se o deixarmos quieto, esfria.

Penso que o morno tem os seus momentos de glória e valor. Nas pausas do relaxamento, na temperatura da água que nos banha, no acalmar da mente…

No mais, é a intensidade do calor ou do frio que nos dá a energia do movimento, a garra da busca, a intensidade.

A rotina, a falta de interesse, o peso de tentativas frustradas, enfim, são diversas as coisas, que se bobearmos, nos colocam “dentro” do morno.

Esperamos da vida, dos outros e talvez do acaso, mudanças motivadoras que temperam os momentos com sabor, brilho e alegria.

É certo que em algumas vezes o agradável até surge em um detalhe, um momento inesperado, que em um piscar de olhos nos tira do monótono.

No entanto, a vida já nos fez perceber que se ficarmos na dependência da espera do que nos surpreenda com o bom, ah… passaremos grande parte dela flutuando no morno.

Acredito que devemos buscar nos detalhes o que movimenta a “temperatura”, a vida.

O que esfrie ou aqueça. O que coloque intensidade, emoção e energia nos momentos, na alma, no coração.

Penso que o morno nos coloca em um movimento aparentemente confortável, mas que tolhe a vontade e o ânimo para as mudanças.

Não é fácil engavetarmos o que nos diz “depois”, “outra hora”, “outro dia”, “quem sabe amanhã”.

No entanto, pequenas iniciativas nos coloquem um passo à frente.

É fantástico quando alguém nos surpreende com algo bom, motivador, não é mesmo?

Mas não precisamos esperar que algo, ou alguém nos surpreenda.

Porque às vezes, o que precisamos é sair do morno e surpreender a nós mesmos.

Saia do morno. Surpreenda-se!

Leia também Não quero excessos, quero a intensidade.