Não basta entrar

Não basta entrar.

Acredito que por mais bonita e agradável que seja “uma entrada”, não podemos permanecer na porta. Até mesmo porque, atrapalharíamos.

Nem sempre a aparência externa é a mesma que encontramos do lado de dentro. Poderá ser melhor ou pior. Mas só saberemos, entrando.

Tantas são as vezes em que, o não tão belo no exterior, se perde no brilho acolhedor da parte interna… ou o contrário.

Tantas já foram as portas que nos enganaram. Tantas as que nos surpreenderam.

No entanto, portas foram feitas para serem abertas… e fechadas.

É na parte de dentro que a interação acontece. Que conhecemos os espaços, definimos os valores, tentamos a interação entre o dar e receber.

Nem todas nos levam ao agradável logo “de cara” e algumas das vezes, no interior, encontramos quem precise mais de nós, do que o contrário.

Mas é somente entrando que poderemos vivenciar novas experiências, sentimentos… emoções. Encontrar espaços.

Penso que em cada porta que entramos algo nos acrescenta. Fazemos uma história. Agradável ou não, mas sempre, realmente sempre, nos deixa pelo menos um aprendizado, um conhecimento até mesmo de quem somos, do que somos capazes de sentir e fazer.

E nesse abrir e fechar portas a vida acontece. Vamos amadurecendo a cada uma que ultrapassamos.

No entanto, acredito que não basta simplesmente entrarmos portas adentro, olharmos e nas primeiras impressões desagradáveis, sairmos.

São muitas as coisas escondidas nos detalhes.

Abra portas.

Precisamos entrar em cada uma delas, carregando o invisível aos olhos. O respeito, a esperança, a determinação e o mesmo que queremos encontrar.

Não basta entrar. É preciso buscar. Revirar. Explorar espaços e cantos. Sentimentos. Verdades. Mentiras.

Nos nossos caminhos existiram e continuarão existindo portas que nos levam ao agradável.

As que nos fazem permanecer, as que nos colocam no sufoco do querer sair, as que tentam nos trancar, as que até que gostaríamos de ficar dentro, mas como nem tudo é como queremos, temos que sair.

Enfim, que cada entrada, cada porta ultrapassada, nos marque com algo que nos acrescente. E que cada saída, seja bem resolvida.

Que consigamos deixar definido, quais são as portas que queremos encontrar novamente abertas e se estamos agindo da forma certa para fazer com que assim seja.

Precisamos ultrapassá-las com os sentimentos, a vontade e a disposição para fazer com que por trás de cada uma delas, exista um espaço confortável pra nós.

Não basta entrar.

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