Momentos para chamarmos de nossos
Momentos nossos.
Vivemos cada vez mais em tempos de conexões, imediatismos e urgências.
Nossos olhos, emoções, sentimentos, acompanham em tempo real tudo o que o dedilhar ligeiro nos permite alcançar… E um pouco mais.
Vivemos online diante dos acontecimentos próximos ou distantes… Do que se passa mundo afora e vidas adentro.
Uma conexão que de certa forma nos torna disponíveis.
Um lembrete, um aviso, um recado, uma urgência, uma emergência, nos chegam com uma velocidade assustadora.
Às vezes nos alegram, confortam… Outras assustam, incomodam…
Às vezes nos facilitam a vida… Outras complicam.
Em um piscar de olhos somos alertados, cobrados, julgados.
A pressa que existente na velocidade dos acontecimentos tenta até mesmo definir as nossas atitudes ou falta delas.
As interpretações tantas e tantas vezes se tornam equivocadas…
Uma mensagem visualidade e não respondida é uma resposta… Espera aí. Como assim? São tantos os possíveis motivos para tal detalhe. Como podem achar saber o “nosso” exato motivo?
Enfim, dentro de um excesso de comunicações e informações vamos nos perdendo de quem somos… Do que nos é realmente importante, para atender importâncias externas, alheias.
É claro que essas conexões que nos atualizam, aproximam e informam são importantes, porém precisam ser ajustadas.
Porque necessitamos também do “nosso tempo” e sem estarmos com isso, sendo displicentes ou alienados.
Porque independente de toda e qualquer conexão, será a conexão que temos com nós mesmos que terá a capacidade de tornar a nossa vida melhor.
Não penso que devemos ficar desconectados, desatualizados e indisponíveis, pelo contrário.
Mas precisamos aprender a ajustar e estabelecer limites.
Criarmos momentos, a sós ou compartilhados, diante de paisagens fantásticas ou na poltrona de pernas para o ar, mas que possamos chamar de nossos.
Porque o tempo que nos cerca é extremamente importante, mas o tempo que nos ajusta é fundamental.
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