Escolhas
Esse é um assunto que ao meu modo de ver, é bem mais complexo do que parece. Por diversas vezes ouvimos falar sobre nossas escolhas. São tantos os que dizem serem elas que “determinam” nossas vidas, portanto devemos “escolher” sermos felizes, saudáveis e assim por diante. Então nos perguntamos se alguém escolhe ser infeliz, doente ou algo parecido. Mas refletindo um pouco, é fácil percebermos que realmente nossas vidas são feitas de escolhas. O simples fato de não escolhermos nenhuma alternativa aparente, já é uma escolha. Se tivermos dois caminhos a seguir e resolvermos ficar parados tentando decidir qual escolher, também será uma escolha. Porque a vida não para, não fica nos esperando. Ela segue independente de seguirmos ou não. Mesmo enquanto ficamos estagnados, sem saber que rumo tomar, ela continua no mesmo ritmo e mudando a cada instante.
Hoje, por exemplo, passei por um daqueles dias em que uma série de acontecimentos desastrosos começou logo ao amanhecer. Vieram em uma sequência. Assim que minha primeira atividade apresentou problemas, outras e outras situações vieram como uma torrente, parecendo que propositadamente aproveitavam o meu “mau momento”. A sensação inicial foi a de pensar que hoje não deveria ter saído da cama. Provavelmente você também já tenha passado por um dia desses.
No meio de cobranças e sensação de injustiças, parei por alguns instantes (que no momento achava nem tê-los disponíveis) e resolvi organizar meus pensamentos, priorizar ações e aceitar minhas limitações. Percebi que de nada adiantaria reclamar de atitudes rudes e inesperadas que fizeram parte do meu “mau momento”, quem foi ou é culpado ou não. Isso não resolveria nenhum dos problemas. Coloquei-os em ordem de importância e possibilidade de solução mais rápida e foquei todo meu esforço em resolvê-los um a um de acordo com o que me foi possível fazer. Alguns deles consegui resolver, outro consegui definir e iniciar estratégias para soluções, outro designei a solução a quem poderia me ajudar a resolver e por fim, senti a sensação de ter feito todo o possível para o momento.
Então, provavelmente você esteja se perguntando o que as escolhas tem a ver com isso?
Eu escolhi que ao invés de ocupar meu tempo reclamando de coisas ou pessoas, ou ficar procurando os culpados, ficar pensando que muita coisa não precisaria ter acontecido por essa ou aquela razão, eu queria ocupar o meu tempo, resolvendo os problemas e não os interpretando.
Eu escolhi, que o meu bom humor não seria abalado por erros seja lá de quem fossem e, que a melhor coisa a fazer para ter a tranqüilidade desejada, dependeria apenas de escolhas e algumas atitudes.
Se nos oferecem uma caixa azul e uma amarela, não basta simplesmente escolhermos a azul (ou a amarela). Se não a pegarmos e abrirmos, não saberemos o que está dentro, portanto nada mudará com relação a nossa escolha.
Resumindo, não basta escolhermos um caminho, uma coisa, ou uma atitude a seguir. Se não fizermos nada com a nossa escolha, estaremos escolhendo ficarmos inertes.
Reclamarmos, nos revoltarmos, acharmos culpados, não resolvem o problema em si.
A única maneira de resolver um problema é escolher que a solução ou o melhor modo de lidar com ele, é seu objetivo. E fazer algo de concreto para que assim seja.
O problema, pode até nem ser resolvido, mas o peso dele, pode sim, ser mais leve.
Se vale a pena essa escolha? Experimente.
Quem sabe com uma parada estratégica?